segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Caso Uniban = Expressão através da roupa


Todos acompanharam nesses últimos dias pelos noticiários, o caso da aluna Geisy da Uniban que causou confusão por causa de um mini vestido Pink, que sim, é tendência de Verão.

Mas não quero discutir se a garota estava errada ou não. E sim para refletir a respeito de como a roupa expressa-se por si só. O vestido pink ganhou vida própria e se comunicou com as pessoas, na hora em que apareceu. Algumas pessoas o interpretaram mal, de forma vulgar, outras com normalidade, outras com inveja, raiva, conservadorismo. A verdade seja dita: esse mini vestido pink não passou desapercebido. E com certeza ele não foi produzido para se esconder na multidão.

Posso partir de um olhar "estilístico" (já que sou estilista e trabalho com moda a 7 anos) e dizer que na hora em que esse vestido foi pensado, ele foi baseado em tendências, houve trabalho de adequação de modelagem ao tecido, pesquisa de público-alvo etc. A intenção maior do vestido ao ser produzido posso me arriscar a dizer; foi provocar o desejo na consumidora, vislumbrá-la com uma imagem moderna e sedutora. A mulher que compra esse tipo de vestido, quer sim ser notada, como bonita, jovem, sexy, etc. Além do mais, vestidos como aquele são sucesso na mídia usados por celebridades. Ele com certeza não foi produzido para causar a violência contra a mulher como ocorreu na universidade. A garota foi hostilizada pelos colegas e submetida a expulsão da universidade (que depois voltou atrás) por ter ido com um vestido de modinha. Se a garota errou a ocasião ou não, isso não é motivo para tanto alvoroço. Apenas retrata a sociedade retrógrada e machista em que vivemos.

Por isso quem ainda trata a moda como futilidade não entende o poder que a roupa tem de expressar-se. A roupa comunica, informa, expressa e em certos casos ela ganha vida própria comunicando o que você; que está vestindo-a; nem está consciente.